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Tarifaço de Trump: o que são tarifas de importação? Quem paga? Para que servem? Veja perguntas e respostas

As tarifas são os impostos cobrados de produtos importados, como forma de proteger a produção nacional. O presidente dos EUA aposta nelas para atrair investimentos e recuperar a indústria americana.

Mas afinal, quem se beneficia com as tarifas de importação? Quem realmente paga por elas? E qual é a finalidade dessas cobranças?

As tarifas de importação são impostos cobrados sobre produtos que vêm de outros países. Elas têm como objetivo proteger o mercado interno e estimular o consumo de produtos fabricados no próprio país.

Segundo Luciano Nakabashi, professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP), esse imposto nem sempre é utilizado, mas, quando aplicado, funciona como uma forma de controlar a entrada de produtos do exterior.



Os países têm autonomia para definir os impostos que cobram — seja sobre pessoas físicas, empresas, exportações ou importações. No caso do imposto de importação, cada governo decide qual será a alíquota (percentual ou valor fixo) aplicada.

Na prática, isso funciona da seguinte forma:

  • 💸 Se uma empresa estiver importando, por exemplo, um carro por R$ 100 mil e houver uma tarifa de 25%, ela pagará R$ 25 mil de imposto, por unidade.

⚠️ É importante deixar claro: quem paga esse imposto NÃO é o país exportador. A tarifa é responsabilidade da empresa importadora, localizada no país que decidiu aumentar a cobrança.

Segundo Carla Beni, economista e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), quem acaba pagando esse imposto é o consumidor, que terá que lidar com preços mais altos em produtos como carne, carros, máquinas de lavar e outros itens importados.

O imposto de importação é regulatório e federal, ou seja: qualquer aumento da alíquota gera uma arrecadação imediata para o governo, neste caso, para os EUA.

“Então, quando o governo americano sobe a alíquota do imposto de importação, ele vai aumentar as receitas dele, vai entrar mais dinheiro no tesouro americano”, afirma a economista Carla Beni.

Desde a campanha, Trump tem defendido uma agenda econômica conservadora e protecionista para os EUA, a maior economia do mundo.

  • O protecionismo é uma estratégia que busca fortalecer a economia interna de um país, limitando a concorrência de produtos estrangeiros. Isso pode acontecer de diversas formas e em diferentes níveis, inclusive com a redução das importações.

Como não é fácil substituir produtos importados — e os importadores geralmente repassam os custos mais altos aos consumidores —, economistas alertam que o tarifaço pode aumentar a inflação nos EUA.

A ideia de Trump é que, antes de que os preços subam muito, o aumento nas tarifas ajude a reforçar os cofres do governo dos EUA, garantindo investimentos no país e permitindo cortes de impostos para empresas americanas.

O presidente dos EUA também tem usado o tarifaço como ferramenta de pressão política. Como mostrou o g1 em dezembro, a ameaça tarifária é uma estratégia antiga e conhecida de Trump para tentar vantagens em negociações bilaterais.

Um exemplo é a tarifa imposta ao Brasil, que está ligada a uma suposta perseguição jurídica contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a Casa Branca.

O decreto foi adotado em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. O ministro Alexandre de Moraes também foi citado nominalmente.

A tarifa de 50% sobre o Brasil é a mais alta entre as anunciadas por Trump. As tarifas afetam diretamente setores como café, carne bovina, frutas, pescado e mel.

Mas o governo dos EUA deixou quase 700 itens de fora. A extensa lista de exceções inclui suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (31), em entrevista ao Mais Você, que o governo já tem um plano praticamente pronto para proteger empregos e apoiar os setores mais impactados pelo aumento das tarifas dos EUA.

Segundo Alckmin, os efeitos variam conforme o nível de dependência de cada empresa em relação ao mercado americano. As medidas de apoio envolvem ajuda financeira, alívio tributário e acesso ao crédito para os setores mais atingidos. 

Alckmin afirmou ainda que o governo está fazendo um mapeamento detalhado para identificar o grau de exposição de cada setor e atuar de forma mais específica.

Alguns governos estaduais decidiram agir por conta própria para reduzir os impactos do tarifaço. Pelo menos cinco estados (SP, MG, PR, RS e GO) já anunciaram pacotes emergenciais.

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