Anúncio de elevação do imposto visava arrecadar R$ 61 bilhões em dois anos, mas foi revertido horas depois

O Governo Federal anunciou, nesta quinta-feira (22), um conjunto de medidas de ajuste fiscal que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em diversas operações, com a expectativa de arrecadar R$ 61 bilhões até 2026. As alterações incluíam o aumento do IOF para empresas, operações de câmbio e planos de seguros utilizados como investimento.
No entanto, diante da reação negativa do mercado financeiro, parte das medidas foi revogada ainda na mesma noite.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta sexta-feira (23) que o recuo do Governo sobre a cobrança de IOF para aplicação de investimentos de fundos brasileiros no exterior visou evitar especulações.
“Recebemos, depois do anúncio, uma série de subsídios de pessoas que operam nos mercados, salientando que aquilo poderia acarretar algum tipo de problema e passar uma mensagem que não era a desejada pelo Ministério da Fazenda. Valia a pena fazer uma revisão desse item para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da Fazenda nem do Governo, de inibir investimento fora”, afirmou o ministro.Diário do Nordeste
Haddad destacou que o Governo não tem “nenhum problema em corrigir rota desde que o rumo traçado pelo Governo seja mantido”.Diário do Nordeste
O ministro afirmou ainda que não considerou a reação do mercado exagerada, como em dezembro do ano passado. “Dada a repercussão, tivemos que ser rápidos na revisão”, declarou.
O conjunto de medidas anunciadas na quinta-feira soma cerca de R$ 50 bilhões, para “fechar o ano”, segundo Haddad. Ele reconheceu que o Governo poderá ter de ajustar o congelamento de recursos em cerca de R$ 2 bilhões devido ao recuo na cobrança do IOF.
Sobre a comunicação da Fazenda com o Banco Central a respeito das medidas, Haddad afirmou que cada um tem um mandato. “Não reviso decisões do BC”, disse. O ministro disse que conversa com Gabriel Galípolo frequentemente e avisou que haveria medidas sobre receita e despesa. “BC não analisa decisões do presidente da República, não é esse o procedimento.”
📚 Fonte: Diário do Nordeste, Agência Brasil